Os profissionais de saúde do Hospital Materno Infantil estão enfrentando uma situação crítica, com relatos de desrespeito e sobrecarga constante no ambiente de trabalho. Os dias têm sido descritos como pavorosos, com plantões exaustivos e falta de recursos básicos, comprometendo a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes.
Um dos problemas mais graves relatados é a ausência de plantonistas na UTI neonatal. Recém-nascidos em estado grave estão sendo transferidos para outros hospitais, como o Manoel Novaes, por falta de atendimento adequado. Durante o período de espera pela transferência, na emergência, salas de partos, centro cirúrgicos e alojamento conjunto acabam se transformando em “semi UTIs”, com equipes lutando para atender os bebês sem os materiais necessários.
A escassez de suprimentos básicos é alarmante. Falta desde copos descartáveis, luvas de procedimento, lençóis para camas de parto e cesáreas, até itens de proteção como toucas e propés. Esta carência de materiais compromete tanto o atendimento seguro aos pacientes quanto as condições de trabalho dos profissionais de saúde.
Para agravar a situação, os funcionários denunciam que os salários estão abaixo do mínimo, há retroativos atrasados e muitos médicos não estão recebendo seus pagamentos. A ausência de médicos plantonistas na porta de entrada e nas UTIs está gerando riscos significativos, inclusive a possibilidade de fechamento da UTI, o que deixaria ainda mais desamparados os recém-nascidos necessitados de cuidados intensivos.
Enquanto isso, os gestores parecem ignorar a gravidade da situação, promovendo eventos como uma festa de São João no Rancho, no Pontal, o que foi considerado um ato de hipocrisia pelos funcionários. A celebração contrasta fortemente com a realidade enfrentada no hospital, onde a precariedade e o desespero são constantes.
Os trabalhadores do Materno Infantil clamam por melhorias urgentes nas condições de trabalho e no fornecimento de materiais básicos, além do pagamento dos salários e retroativos em atraso. A situação exige uma resposta imediata das autoridades de saúde e da administração do hospital para garantir a segurança e a dignidade dos pacientes e dos profissionais que ali atuam.
Os relatos dos funcionários do Materno Infantil destacam uma crise que necessita de atenção e soluções rápidas para evitar que a situação se agrave ainda mais e para restaurar um mínimo de dignidade e respeito tanto para os pacientes quanto para os trabalhadores da saúde.