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Interrogatório com Bolsonaro e Generais expõe fragilidade das acusações sobre “núcleo do golpe”

Brasília, 10 de junho de 2025 — Em mais um capítulo da investigação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o suposto “núcleo do golpe” que teria tentado interferir no resultado das eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro e um grupo de generais ligados ao seu governo foram ouvidos em um interrogatório realizado nesta segunda-feira, em Brasília. O procedimento, que durou mais de seis horas, contou com a presença de advogados, representantes do Ministério Público Federal e ministros do STF.

Ao fim da oitiva, o que se constatou foi um cenário bem mais frágil do que vinha sendo aventado nos discursos mais inflamados. De acordo com fontes com acesso às investigações, o conteúdo revelado até aqui não ultrapassa o campo das conversas informais e trocas de mensagens em aplicativos como o WhatsApp. Nenhum documento foi assinado, nenhum plano de ação chegou a ser concretamente traçado e tampouco houve movimentações institucionais no sentido de dar curso a qualquer ruptura democrática.

Durante o interrogatório, Bolsonaro teria reafirmado que jamais ordenou qualquer tipo de intervenção militar ou golpe de Estado, classificando as mensagens trocadas com militares de confiança como “desabafos” em meio ao clima de tensão vivido nos dias posteriores à derrota nas urnas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo relatos, generais também minimizaram as conversas, dizendo que o ambiente era de frustração, mas não de articulação prática.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, tem mantido sigilo sobre partes do processo, mas nos bastidores cresce o debate sobre a solidez jurídica das acusações. A expressão mais ouvida nos corredores da Corte hoje foi “disse-me-disse”. O próprio Ministério Público Federal reconheceu que, até o momento, não há prova material de uma tentativa efetiva de golpe, apenas conjecturas e comentários que circularam em círculos restritos.

A defesa de Bolsonaro comemorou o resultado da oitiva, afirmando que ficou claro que não houve crime algum, tampouco ameaça real à democracia. “Trata-se de um processo construído sobre suposições e alarmismos. As mensagens não são suficientes para sustentar uma acusação de conspiração”, disse um dos advogados do ex-presidente.

A investigação, no entanto, seguirá nos próximos meses. O STF ainda deve ouvir outros envolvidos, inclusive ex-ministros civis, e avaliar se há elementos que justifiquem o prosseguimento de ações penais. Mas a tendência, segundo analistas políticos, é que o processo perca força diante da fragilidade das provas.

Enquanto isso, o caso vai se consolidando como mais um episódio da intensa polarização política que marca o Brasil nos últimos anos — onde a temperatura do debate, por vezes, supera os limites da realidade dos fatos.

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