
Por @thiagomartinsbahia – Brasília
A corrida presidencial de 2026 começa a tomar forma com uma movimentação de bastidores que pode selar de vez o rumo das eleições. Segundo fontes próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ele deverá oficializar apoio a uma chapa encabeçada por Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, como candidato à Presidência da República. A composição incluiria o ex-presidente Michel Temer como vice, numa costura política entre o PL, que deve receber Tarcísio em breve, e o Republicanos, partido que Temer deve integrar para viabilizar a aliança.
A chapa Tarcísio-Michel já circula entre líderes da direita como uma “formação imbatível” que representa tanto a continuidade da agenda liberal e conservadora quanto a retomada de um protagonismo institucional com a presença de Temer, conhecido por sua habilidade política e articulação nos bastidores de Brasília.

Com essa possível aliança, o ex-presidente Jair Bolsonaro indicaria o sucessor natural de seu capital político, ao mesmo tempo em que se preserva como figura influente no pleito. A escolha de Tarcísio sela, na visão de bolsonaristas, a passagem de bastão para um nome técnico, disciplinado e que conseguiu construir pontes para além da base bolsonarista.
Tarcísio é visto como nome de consenso nacional
Apesar de vir de um governo marcadamente conservador, Tarcísio tem conseguido circular com desenvoltura nos bastidores do Congresso e até em setores da esquerda moderada. Em São Paulo, seu governo tem apostado na continuidade de investimentos em infraestrutura e buscado equilíbrio nas relações institucionais. Esses fatores têm feito de seu nome uma espécie de “consenso silencioso”, inclusive entre empresários, militares, evangélicos e parte da classe média urbana.

Para setores da oposição, a possível candidatura de Tarcísio coloca em xeque a própria candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Com altos índices de rejeição e dificuldades econômicas no horizonte, Lula pode optar por não concorrer — o que seria um fato inédito na Nova República. “Se Tarcísio for candidato, Lula pode nem ir para o jogo”, disse reservadamente um dirigente petista.
Cenário favorável à volta da direita ao poder
Caso confirmada, a chapa Tarcísio-Temer tende a reunir as principais forças do espectro político à direita: o bolsonarismo, setores do centrão e o empresariado liberal. Com Bolsonaro como principal cabo eleitoral e Michel Temer como articulador político, a direita caminha para consolidar um projeto de poder mais moderado e menos personalista, mas ainda firmemente ancorado nos valores que marcaram o governo Bolsonaro.
A movimentação também representa um realinhamento partidário estratégico: o PL, sob Valdemar Costa Neto, se mantém como o principal veículo eleitoral da direita, enquanto o Republicanos assume protagonismo como base de articulação nacional, sobretudo entre os evangélicos.

Nos bastidores, a avaliação é de que, com essa chapa, a direita terá condições reais de vencer no primeiro turno, especialmente se a esquerda não conseguir renovar suas lideranças ou apresentar uma candidatura competitiva capaz de dialogar com o centro político.
Conclusão
Ainda é cedo para confirmar oficialmente os nomes, mas a movimentação em torno de Tarcísio de Freitas já transforma a paisagem eleitoral de 2026. Se a chapa com Michel Temer se concretizar, será o primeiro passo concreto rumo à retomada do poder pela direita no Brasil — agora com um novo rosto, mas o mesmo projeto.