
Ilhéus, 10 de junho de 2025 – O chefe de gabinete da Prefeitura de Ilhéus, Caio Garcia, voltou a ser assunto nos bastidores políticos — e não por eficiência administrativa ou articulação estratégica, mas por atitudes que colocam em xeque sua capacidade de exercer um dos cargos mais delicados do governo.
Na noite de ontem, em seus stories no Instagram, Caio publicou uma imagem com a frase: “Por mais que você tente tirar os porcos da lama, eles preferem voltar pra lá.” A indireta, jogada em plena rede social, repercutiu mal entre vereadores, lideranças comunitárias e até mesmo dentro do próprio secretariado. A pergunta que paira é: para quem foi o recado?

por Caio nas Redes Sociais
Há quem diga que Caio esteja incomodado com a crescente insatisfação de vereadores com sua atuação. Outros avaliam que a frase teria como alvo as camadas populares que, em busca de atenção, procuram o gabinete do prefeito por meio dele — e, ao que tudo indica, encontram arrogância no lugar de acolhimento.
Seja como for, o comportamento é inaceitável para alguém que ocupa um posto tão estratégico. Como chefe de gabinete, Caio tem como função primordial articular, ouvir, filtrar e resolver — e não atacar, mesmo que de forma velada, quem o rodeia.
A publicação beira o desprezo institucional e social. Afinal, se a frase foi direcionada a vereadores, demonstra desrespeito ao Legislativo; se foi aos cidadãos, revela preconceito de classe e insensibilidade política. Em ambos os cenários, o resultado é o mesmo: rompimento de pontes que deveriam ser construídas com diálogo e humildade.

Nos bastidores da política local, cresce o incômodo com o que muitos já chamam de “prepotência institucionalizada”. Segundo relatos, Caio se gaba da posição que ocupa e da influência que exerce, chegando a afirmar ter mais poder que vereadores e até partidos inteiros. Um comportamento que revela não apenas arrogância, mas despreparo para o exercício de uma função pública que exige maturidade, equilíbrio emocional e, sobretudo, respeito.
Um exemplo simbólico dessa centralização de poder foi a polêmica viagem à China, feita recentemente pelo prefeito Valderico Júnior. Embora Caio Garcia não seja secretário de nenhuma pasta técnica, ele foi um dos poucos integrantes da comitiva oficial. Enquanto o secretário de Indústria e Comércio — pasta diretamente relacionada à temática da viagem — ficou em Ilhéus, Caio foi incluído, reforçando a percepção de que suas decisões e sua presença superam critérios técnicos e alimentam um modelo de governo baseado na confiança pessoal, e não na competência institucional.

qo prefeito Valderico Júnior
Se o prefeito Valderico Júnior confiou a Caio um papel central na condução política do governo, é hora de rever essa decisão. O chefe de gabinete, ao invés de agir como ponte entre o Executivo, o Legislativo e a população, parece mais empenhado em cavar buracos de vaidade e isolamento.
Em uma cidade que ainda luta por avanços reais, o que menos se precisa é de um chefe de gabinete que trate a crítica com desprezo, o povo com superioridade e os aliados com desdém. Ilhéus exige — e merece — mais seriedade e menos ego no coração do poder.